30 abril, 2006

Gatinho ambicioso

29 abril, 2006

MAGNIFICAT

Álvaro de Campos
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!

23 abril, 2006

Composto Secreto

É isso o que corre em minhas veias? É esse o composto tão secreto que me deixa maluca? Quem é capaz de dizer o que está acontecendo se nem eu mesma sei?
Quero ser eu mesma e mudar quem eu sou.
A mudança é maluquice ou evolução? A permanência seria força de caráter ou covardia?
Depende, claro. Alguém sabe fazer a distinção???
E se esse anel realmente for o diferencial? E se ele indicar que eu nunca vou ter sossego porque sou louca e isso nunca terá cura?
O elemento C descoberto.
C de contraditória, certamente.
Hoje vou miar pra lua cheia, mesmo que ela não esteja cheia.

16 abril, 2006

Danieeeeeeeeeeeeeeeeeel

Fico assim você

Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amaço
Sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Porque que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil auto-falantes
Vão poder falar por mim

Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

15 abril, 2006

Surto


Eu, uma machadinha, lembranças da Vandinha - minha maníaca homicida predileta, uma máquina fotográfica (duas na verdade) e o Nando e a Joana pra brincar...
Simplesmente amo essa foto....

14 abril, 2006

Medeia

Paul Cézanne

É uma das personagens mais terrivelmente fascinantes desta mitologia ao envolver sentimentos contraditórios e profundamente cruéis. Princesa da Cólquida, Medeia, sacerdotisa de Hécate, possui conhecimentos profundos das artes mágicas.
Sua história começa depois de Jasão chegar à Cólquida, do Reino de Iolcos, para reclamar o velo de ouro para si. Como é frequente em muitos mitos, Eetes promete-lhe o velo, desde que o herói cumpra uma tarefa. Jasão teria de lavrar um campo com dois touros monstruosos e indomados, de cascos de bronze e que expeliam fogo pelas narinas, que lhe tinham sido oferecidos por Hefesto. Em seguida, teria de semear no campo lavrado os dentes de um dragão que fora morto por Cadmo em tempos passados. Segundo alguns relatos, Hera, como protectora de Jasão, terá nesta altura, convencido Eros, ou Afrodite a providenciarem que Medeia se apaixonasse por ele. Ela, conhecedora dos segredos de todas as artes ocultas, afeiçoada ao herói, conhece, contudo, quais as pretensões de seu pai. Medeia promete, então, ajudar o estrangeiro, conseguindo de Jasão a promessa de que se casaria com ela, e a levaria consigo no caminho de volta a Iolcos. Este aceita sua proposta, e jura seu amor e fidelidade à Medeia no templo de Hécate. Medeia oferece, então, ao argonauta, um unguento que deveria usar no corpo e no seu escudo, tornando-o invulnerável ao fogo e ao ferro durante um dia - o suficiente para enfrentar os touros e lavrar o campo.
Medeia adverte-o também de que dos dentes de dragão nascerá uma seara de soldados que se virarão contra ele e que o tentarão matar, mas ela dá-lhe a simples solução para o problema: basta lançar uma pedra, de longe, para o meio desse exército erguido da terra. Os soldados entrariam em discussão sobre quem atirara a pedra e matar-se-iam uns aos outros. Com tais conselhos, Jasão executou as tarefas com facilidade e voltou a reclamar o velo de ouro a Eetes.
O Rei da Cólquida, furioso, resiste e tenta frustar de novo os intentos de Jasão, tentando incendiar a nau Argo, de onde este viera, além de pretender matar a sua tripulação. É novamente Medeia quem ajudará Jasão a escapar a esse destino, ao adormecer com narcóticos o dragão que guardava o velo de ouro e avisando-o dos planos do pai. Conseguem, assim, fugir da Cólquida, com o tesouro almejado.
É então que o lado cruel de Medeia se revela pela primeira vez. Quando partem , leva consigo Apsirto, seu irmão, sabendo que não tardaria que seu pai lhes fosse no encalço. Para o atrasar, mata o irmão e despedaça-o, dispersando os restos mortais pelo caminho, sabendo que o pai tentaria recolher cada pedaço para lhe dar a sepultura devida.
Com a chegada de Medeia e Jasão, o tirano recusa-se a largar o poder. O fato de ter atentado contra a vida de Jasão ao enviá-lo na demanda do velo de ouro, faz com que Medeia engendre uma nova forma de o levar à perdição, fazendo uso das artes ocultas e de alguma astúcia. Fazendo-se amiga das filhas do rei, diz-lhes que é capaz de rejuvenescer quem ela quiser. Para o provar, mandou esquartejar um carneiro velho e colocou-o dentro de um caldeirão com uma poção fervente. De seguida, retirou o animal, inteiro e de bastante boa saúde. As mulheres, excitadas, correram a esquartejar o pai e lançar os seus pedaços dentro do caldeirão. Depois deste incidente macabro, Medeia fugiu com o seu amado para Corinto.
Em Corinto, a felicidade de Medeia foi de pouca duração. Já com filhos de Jasão, foi alvo da intriga do rei Creonte que influenciou Jasão a deixá-la, de modo a casá-lo com a sua filha, Creúsa. Tendo convencido Jasão, tratou de banir Medeia de Corinto. Esta, contudo, antes de abandonar a cidade, ainda conseguiu vingar-se, novamente aliando astúcia com magia. Fez chegar às mãos de Creúsa um vestido e jóias - um presente literalmente envenenado, já que cada acessório tinha sido embebido numa poção secreta. Assim que a sua rival se vestiu, sentiu o seu corpo invadido de um fogo misterioso que logo se espalhou para o seu pai, que a tentou socorrer, bem como para todo o palácio.
Medeia mata os filhos antes de fugir para Atenas, não num acesso de loucura, mas num ato de fria e premeditada vingança em relação ao marido infiel.

08 abril, 2006

Leitura e Produção Textual - Emoção Forte - 1ª versão

E sem pedir permissão ele veio e me arrasou.
Eu estava sentada em uma confortável cadeira de uma aconchegante cafeteria esperando meu pedido ser entregue. Folhava displicentemente uma revista que de tantos anúncios publicitários que usam modelos de mulher-objeto para chamar a atenção que todas passam desapercebidas como numa vitrine de uma fábrica de produtos em série.
Conseguia ouvir as vozes das pessoas que conversavam ao meu redor, mas eram apenas murmúrios que faziam parte da música ambiente, tal qual o barulho do tilintar das xícaras em seus pires.
Era uma bela tarde de fim de outono e as janelas estavam abertas e todos podiam sentir o vento calmo, constante e frio que tornava ainda mais esperada a chegada de meu café.
Mas, na cozinha uma louça foi quebrada. O susto que tal barulho provocou fez com que meus olhos procurassem o que o teria causado. Porém eles encontraram outro agente.
Notei um belíssimo espécime masculino perto da porta. Como toda mulher, minha noção espacial é terrível e não saberia precisar sua altura, mas como tal, pude me imaginar perto dele e apurar que seria perfeitamente acolhida entre seus braços. Ele usava um jeans que deixava suas pernas bem destacadas, uma camiseta branca que era capaz de revelar seu tórax e abdômen perfeitamente modelados e uma jaqueta de couro marrom rente ao seu corpo.Não reparei em seus sapatos pois meu ângulo de visão permitia-me apenas deleitar-me com sua imagem até pouco abaixo dos joelhos. Devo confessar que o que meus olhos observaram até aquele ponto era suficiente para suportar até mesmo sandálias com meias.
Pela minha mente, passou rapidamente o pensamento de que eu estava me comportando como um soldado voltando da guerra após três meses em um submarino: rodeado de água e na mais completa secura.Uma certa culpa tentou me invadir, mas eu consegui despistá-la com a mesma velocidade e voltei à minha contemplação.
Ele deu alguns passos e acomodou-se numa cadeira junto à segunda mesa à minha esquerda.Olhei pra o balcão e não havia ninguém além da moça que trabalhava como caixa. Será que meu café ainda demoraria muito? Eu precisava de um motivo para estar ali, o café seria meu álibi.
O delicado sol dessa época do ano que batia em suas costas e o deixava envolto num suave brilho amarelado foi suficiente para que em poucos minutos ele tirasse sua jaqueta.Ele permaneceu de óculos escuros, mesmo que aqueles raios de sol não pudessem atingir seus olhos, e isso aumentava mais minha ânsia por descobri-lo. Era um impulso totalmente animal que me dominava. Queria possuí-lo de uma maneira insensata. Contudo, além de qualquer coisa queria ser sua posse.Uma forma de delírio tomou conta de mim, onde não possui razão ou lógica.
Meu homem-objeto levantou a mão e chamou o garçom, que finalmente havia retornado da cozinha e vinha ajeitando seu uniforme, e fez seu pedido. Quando ouvi aquela voz grossa e ao mesmo tempo aveludada saindo de uma boca insanamente lasciva eu quase delirei. É claro que não consegui prestar atenção no significado, apenas no som de suas palavras. E é claro que também apenas encarava sua boca. Nesse momento me parecia pecado não tê-la priorizado, mas diante de tanta oferta (e eram muitas) tive minha absolvição.
Eu já havia ultrapassado o limiar do simples querer, já estava dominada pelo desejo. Desejo é dono de si, e quando ele nos atinge, nos manipula à sua própria vontade. E assim, naquele momento, me vi aprisionada pelo desejo que fazia-me querer ser posse deste homem.
Sonho, fantasia, ilusão, quimera. Desprendimento total da realidade. No mundo da minha imaginação tudo é permitido e me dei total liberdade para usufruir tal direito.
O que? Sexo, muito sexo.
Como? Irrelevante.
Quando? Imediatamente, por favor.
Onde? Aqui, lá, acolá. Em qualquer lugar, em todo lugar.
Por que? Desejo mandou.
Realidade? Meu café finalmente chegou, gelado comparado ao meu corpo, absolutamente irrelevante comparado ao que foi esperado. Uma linda mulher-objeto chegou e sentou-se junto ao meu alvo.
Trêmula, excitada, ainda risonha com a louca aventura que acabara de vivenciar, mesmo que sozinha no reino do imaginário, adocei meu café, infinitamente menos saboroso do que sempre fora ao sustentar meu vício e o bebi, satisfeita.
Ah, se eu fumasse...

07 abril, 2006

Lenore

04 abril, 2006

Vampira

Vampira Lenore, referência a uma garotinha que sou fã.

Mordida


Link para quem quiser ser mordido... : [ ~~


Agradeço! :*