20 setembro, 2006

Neste mesmo domingo, do outro lado da cidade...

Wellington "CHE" Pessoa

Parado, olhava com angústia para o leito d’água que deslizava sob seus pés. Tentava estimular-se a enfrentar este momento que ele mesmo havia programado, o momento de sua morte!

Pensava este ser o melhor jeito de morrer, com hora marcada, sem a dor de deixar a vida e não querer deixá-la, sem sofrer o trauma de saber que se está morrendo contra a própria vontade.

Ele não, ele teria uma morte gloriosa, morreria quando bem entendesse e venceria a própria morte, ela não viria ao seu encontro, ele iria enfrentá-la...

Verificou pela milésima vez o nó da corda amarrada ao pedregulho, viu que outro nó da mesma corda em sua perna já o ferira e o sangue escorria como lágrimas que seus olhos negavam deixar aflorar.

Levantou-se, respirou fundo e...pulou! Já não havia mais volta, a água foi chegando mais perto e um calafrio percorreu todo o seu corpo, deixou-se sentir efulsivamente os últimos momentos de sua efêmera vida, o vento soprando em seu rosto, balançando seus cabelos, a adrenalina borbulhando em seu sangue, o frio da água enrijecendo seus músculos, seus pulmões pedindo ar.

Foi rapidamente ao fundo e lá ficou, parado, esperando a morte cumprir seu carrasco papel.
Pensou consigo mesmo: este é o momento mais feliz da minha vida!

1 Comentário(s):

Blogger Unknown proferiu...

Adorei o texto, pedi ao "Chezinho" como el emesmo se chama e está aí, para o deleite de todos. =)

20/9/06 12:10 PM  

Postar um comentário

<< Home